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Brasileiros reduzem conversas políticas no WhatsApp e evitam conflitos em grupos

Pesquisa 365 por Pesquisa 365
15 de dezembro de 2025
em Pesquisas
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Brasileiros reduzem conversas políticas no WhatsApp e evitam conflitos em grupos
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O compartilhamento de notícias e opiniões sobre política perdeu espaço nos grupos de WhatsApp formados por familiares, amigos e colegas de trabalho. A redução vem acompanhada de um sentimento disseminado de cautela, com mais da metade dos usuários afirmando ter receio de expressar posicionamentos nesses ambientes digitais.

Os dados fazem parte do estudo Os Vetores da Comunicação Política em Aplicativos de Mensagens, divulgado nesta segunda-feira (15). A pesquisa foi conduzida pelo InternetLab, centro independente de pesquisa, em parceria com a Rede Conhecimento Social, ambas organizações sem fins lucrativos.

O levantamento mostra que o WhatsApp segue fortemente presente na vida cotidiana. Entre os usuários entrevistados, 54% participam de grupos de família e 53% integram grupos de amigos. Já os grupos de trabalho reúnem 38% das pessoas ouvidas. Em contraste, apenas 6% afirmam participar de grupos dedicados a debates políticos, percentual inferior ao registrado em 2020, quando esse índice era de 10%.

Menos política nas conversas cotidianas

Ao analisar o conteúdo trocado nos grupos mais comuns, família, amigos e trabalho, os pesquisadores identificaram uma queda consistente na circulação de mensagens sobre política, políticos e governo entre 2021 e 2024.

Nos grupos de família, 34% dos participantes afirmavam, em 2021, que esse era o espaço onde mais apareciam conteúdos políticos. Em 2024, esse percentual caiu para 27%. Entre amigos, a retração foi ainda mais expressiva, passando de 38% para 24%. Nos grupos de trabalho, a redução ocorreu de 16% para 11%.

Depoimentos colhidos pela pesquisa ajudam a ilustrar esse movimento. “Evitamos falar sobre política. Acho que todos têm um senso autorregulador ali, e cada um tenta ter bom senso para não misturar as coisas”, relata uma mulher de 50 anos, moradora de São Paulo, ao comentar a dinâmica do grupo familiar.

A coleta de dados ocorreu de forma online, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2024, com 3.113 pessoas de 16 anos ou mais, distribuídas por todas as regiões do país.

Ambiente agressivo e medo de opinar

O estudo aponta que o recuo nas conversas políticas está diretamente relacionado ao receio de conflitos. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados disseram sentir medo de emitir opinião política porque consideram o ambiente “muito agressivo”.

Essa percepção atravessa diferentes posicionamentos ideológicos. O sentimento foi relatado por 63% das pessoas que se identificam como de esquerda, 66% das que se dizem de centro e 61% das que se posicionam à direita.

“Acho que os ataques hoje estão mais acalorados. Então, às vezes você fala alguma coisa e é mais complicado, o pessoal não quer debater, na verdade, já quer ir para a briga mesmo”, afirma uma mulher de 36 anos, de Pernambuco.

De acordo com os autores, consolidaram-se comportamentos de autorregulação nos grupos. Os dados indicam que 52% dos entrevistados dizem se policiar cada vez mais sobre o que falam, enquanto 50% afirmam evitar política nos grupos de família para fugir de discussões.

“As pessoas foram se autorregulando, e nos grupos onde sempre se discutia alguma coisa, hoje é praticamente zero. As pessoas tentam, alguém publica alguma coisa, mas é ignorado”, descreve uma entrevistada.

Ainda segundo o estudo, 65% evitam compartilhar mensagens que possam atacar os valores de outras pessoas. Além disso, 29% já deixaram grupos onde não se sentiam confortáveis para expressar opiniões políticas. “Tive que sair, era demais, muita briga, muita discussão, propaganda política, bateção de boca”, relata outra entrevistada.

Quem ainda fala e como fala

Apesar do cenário de cautela, o levantamento mostra que uma parcela dos usuários segue disposta a se posicionar. Do total, 12% afirmam compartilhar conteúdos que consideram importantes mesmo que isso gere desconforto. Outros 18% dizem dividir ideias em que acreditam, ainda que possam soar ofensivas.

“Eu taco fogo no grupo. Gosto de assunto polêmico, gosto de falar, gosto de tacar lenha na fogueira e muitas vezes sou removida”, diz uma mulher de 26 anos, de Minas Gerais.

Entre os 44% que se consideram seguros para falar de política no WhatsApp, surgem estratégias para reduzir conflitos. Para 30%, o humor ajuda a abordar o tema. Outros 34% preferem discutir no privado, e 29% falam apenas em grupos com pessoas que pensam de forma semelhante. “Eu gosto de discutir, mas é individualmente. Eu não gosto de expor isso para todo mundo”, afirma um entrevistado de 32 anos, do Espírito Santo.

O estudo contou com apoio financeiro do WhatsApp. Segundo o InternetLab, a empresa não teve ingerência sobre os resultados ou a condução da pesquisa.

Uso mais maduro da plataforma

Para Heloisa Massaro, diretora do InternetLab e uma das autoras do estudo, o WhatsApp está profundamente integrado às relações sociais. Assim, como ocorre fora do ambiente digital, a política faz parte das interações, mas passou a ser mediada por normas informais.

“O estudo é realizado anualmente desde o fim de 2020. Ao longo dos anos, as pessoas foram desenvolvendo normas éticas próprias para lidar com essa comunicação política no aplicativo”, afirma. Segundo ela, há um amadurecimento no uso e na forma como os grupos lidam com divergências políticas no cotidiano digital.

Fonte: Agência Brasil
Foto: https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-de-camisa-vermelha-tomando-selfie-ou-fazendo-uma-ligacao-e-usa-o-teclado-touchscreen_9968593.htm

Tags: WhatsApp
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