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Desigualdade amplia risco de pandemias, aponta relatório do Unaids

Pesquisa 365 por Pesquisa 365
22 de dezembro de 2025
em Saúde
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Desigualdade amplia risco de pandemias, aponta relatório do Unaids
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O combate às desigualdades sociais é um fator decisivo para reduzir a ocorrência e o impacto de pandemias. A avaliação consta no relatório “Rompendo o ciclo da desigualdade, pandemia, construindo a verdadeira segurança na saúde em uma era global”, lançado esta semana pelo Conselho Global sobre Desigualdades, Aids e Pandemias. A versão em português do documento foi apresentada em Brasília, durante a 57ª Reunião da Junta de Coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, o Unaids.

O conselho global funciona no âmbito do Unaids, agência da ONU responsável por coordenar a resposta internacional à epidemia de HIV. O encontro ocorre em um momento considerado sensível pela organização, marcado por cortes expressivos na cooperação internacional, como os promovidos pelo governo dos Estados Unidos, que afetaram o financiamento de ações de prevenção, tratamento e pesquisa da Aids.

A reunião em Brasília também tem como objetivo definir a estratégia global de enfrentamento ao HIV para o período de 2026 a 2031, que será levada às negociações com os países do G20. O Brasil ocupa atualmente a presidência do conselho da agência, o que amplia o peso político do debate no cenário internacional.

A diretora executiva do Unaids, a engenheira ugandense Winnie Byanyima, tem alertado para os efeitos imediatos da redução de recursos. Em pronunciamento recente, destacou que organizações lideradas por mulheres, voltadas ao enfrentamento do HIV, perderam financiamento ou precisaram suspender atividades, o que compromete a resposta em comunidades mais vulneráveis.

Desigualdade como escolha política

Baseado em dois anos de pesquisas e encontros realizados em diferentes países, o relatório sustenta que níveis elevados de desigualdade favorecem o surgimento e a disseminação de surtos, além de dificultarem respostas nacionais e globais. Esse cenário torna as pandemias mais longas, letais e socialmente disruptivas. Ao mesmo tempo, as crises sanitárias aprofundam as disparidades existentes, alimentando um ciclo que se repetiu em emergências como Covid-19, Aids, Ebola, Influenza e Mpox.

“A desigualdade não é inevitável. É uma escolha política, e uma escolha perigosa, que ameaça a saúde de todos. Quem se preocupa com o impacto das pandemias precisa se preocupar com a desigualdade. Os líderes podem quebrar esse ciclo aplicando as soluções políticas apresentadas neste relatório”, afirmou Monica Geingos, ex-primeira-dama da Namíbia e integrante do conselho global.

A ex-ministra da Saúde Nísia Trindade, ex-presidente e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, participou da elaboração do relatório e assinou um artigo que integra a publicação. Para ela, as evidências mostram que as desigualdades não são apenas consequência das crises sanitárias, mas um fator que contribui para torná-las mais frequentes e graves.

“As evidências reunidas revelam o círculo vicioso: desigualdades internas e globais ampliam a vulnerabilidade das sociedades. E pandemias reforçam essas mesmas desigualdades, dinâmica vista em emergências como as de Covid-19, HIV/Aids, Ebola, Influenza e Mpox”, destacou Nísia.

Segundo a pesquisadora, fatores como educação, renda, moradia e condições ambientais determinam quais grupos sofrem mais intensamente os efeitos das emergências sanitárias. “Pessoas sem educação básica tiveram probabilidade até três vezes maior de morrer por Covid-19 do que aquelas com ensino superior. Populações negras, indígenas e residentes em favelas e periferias também registraram taxas mais altas de infecção e de morte.”

Nísia ressalta ainda que as mulheres são desproporcionalmente afetadas pelas desigualdades agravadas pelas pandemias. Em seu artigo, afirma que houve “perdas de emprego e elevação alarmante da mortalidade materna, que saltou de 57,9 óbitos/100 mil nascidos vivos em 2019 para 110 em 2021, sendo 194,8 entre mulheres pretas”.

Vulnerabilidade global e respostas

O estudo aponta que desigualdades entre países aumentam a vulnerabilidade global e fazem com que pandemias durem mais e provoquem mais mortes. Na prática, o risco de morrer em crises sanitárias é maior em sociedades mais desiguais, enquanto a redução da pobreza fortalece a resiliência das comunidades.

Os últimos cinco anos aprofundaram essas diferenças, sobretudo no acesso a novas tecnologias de saúde. Durante a pandemia de Covid-19, houve concentração de renda e, agora, a chegada de inovações como injeções de longa duração para prevenção do HIV ainda é limitada por fatores econômicos.

O relatório também reforça conclusões já consolidadas na literatura científica de que atrasos no enfrentamento de pandemias ampliam seus impactos sociais e econômicos. A persistência de doenças como Aids, malária e tuberculose é apontada como uma das maiores ameaças à segurança sanitária global.

Para romper esse ciclo, o conselho defende uma nova abordagem baseada em ações práticas, no plano nacional e internacional. Entre as recomendações estão a reorganização do sistema financeiro global, com renegociação de dívidas e rejeição de políticas de austeridade pró-cíclicas; investimentos em proteção social; fortalecimento da produção local e regional de insumos de saúde; e a construção de uma governança multissetorial mais eficiente.

Nísia Trindade afirma que preparar o país e o mundo para futuras emergências exige sistemas de saúde resilientes e investimentos contínuos em políticas sociais, ciência, tecnologia e inovação. A ex-ministra também destaca a importância de enfrentar restrições financeiras globais com “propostas como renegociação de dívidas de países vulneráveis e mecanismos automáticos de financiamento de emergências, evitando políticas de austeridade que comprimem gastos sociais”.

Fonte: Agência Brasil
Foto: https://br.freepik.com/fotos-gratis/papeis-de-negocios-de-natureza-morta-com-varios-peoes_24749589.htm

Tags: pandemia
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