O avanço do desmatamento e das queimadas volta a colocar a Amazônia sob alerta. Entre maio e setembro de 2025, os índices de desmate cresceram e o número de focos de incêndio aumentou de forma expressiva, ampliando a concentração de poluentes e agravando a crise respiratória em cidades do Norte.
Relatórios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e de organizações independentes como o Imazon apontam que o aumento da área desmatada coincide com a intensificação das queimadas e seus impactos diretos na saúde da população.
Panorama dos desmatamentos e das queimadas
De acordo com dados preliminares, o desmatamento na Amazônia Legal subiu 91% em maio de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Estados como Pará e Amazonas lideram o ranking.
A fumaça gerada pelas queimadas viaja centenas de quilômetros, afetando cidades distantes dos focos. Em Porto Velho e Rio Branco, níveis de material particulado (PM2,5) chegaram a ultrapassar os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Os alertas de desmatamento são monitorados via satélite pelos sistemas Deter e Prodes, do INPE. Já a poluição atmosférica é acompanhada por estações locais e relatórios ambientais regionais.
Consequências para saúde
Hospitais públicos de Rondônia e Acre registraram aumento de internações por doenças respiratórias, principalmente entre crianças e idosos. O ar seco e a alta concentração de partículas agravam quadros de asma, bronquite e alergias.
Médicos alertam que a exposição prolongada à fumaça pode causar efeitos crônicos, como redução da capacidade pulmonar e maior risco de infecções virais. Em comunidades rurais, a dificuldade de acesso a unidades de saúde agrava o cenário.
Resposta das autoridades
Governos estaduais reforçaram campanhas contra queimadas ilegais e enviaram brigadistas para áreas críticas. O Ministério do Meio Ambiente informou que monitora o avanço do fogo com o apoio do Ibama e do Exército.
Ainda assim, entidades ambientais criticam a lentidão das ações e cobram maior integração entre políticas ambientais e de saúde pública.
| Indicador | Valor | Contexto | Fonte |
|---|---|---|---|
| Aumento do desmatamento | +91% | Comparação maio/2025 com 2024 | CNN Brasil |
| Focos de incêndio ativos | >18.000 | Amazônia Legal em setembro/2025 | INPE |
| Concentração de PM2,5 | até 80 µg/m³ | Limite OMS: 15 µg/m³ | Imazon |
| Internações por doenças respiratórias | +25% | Acre e Rondônia | SESAU locais |
Impactos
A relação entre desmatamento, incêndios e saúde humana torna-se cada vez mais evidente. Para além do meio ambiente, os efeitos são sentidos diretamente na qualidade de vida e no sistema de saúde regional.
A pauta oferece oportunidade para discutir políticas públicas integradas: reflorestamento, prevenção de queimadas, acesso a atendimento médico e educação ambiental nas escolas.

