Segundo o dermatologista, reconhecer os sinais precoces da queda capilar é fundamental para garantir diagnóstico e tratamento eficazes
Perder alguns fios de cabelo diariamente é considerado normal, já que faz parte do ciclo natural de crescimento e renovação dos fios. Mas quando essa queda passa dos limites, começa a gerar preocupação e pode indicar condições de saúde que exigem atenção médica. De acordo com o dermatologista Dr. Stanley Bessa, identificar os sinais de alerta é essencial para evitar complicações e garantir a eficácia do tratamento.
“É esperado que uma pessoa perca entre 50 e 100 fios de cabelo por dia, especialmente durante a lavagem ou a escovação. No entanto, quando a queda ultrapassa esse número e passa a ser percebida em excesso no travesseiro, no ralo do banheiro ou nas roupas, é hora de ligar o sinal de alerta”, afirma o médico.
Ciclo natural do cabelo
O couro cabeludo humano possui, em média, cerca de 100 mil a 150 mil fios. Esses fios passam por um ciclo que se divide em três fases: crescimento (anágena), repouso (catágena) e queda (telógena). “Esse processo é contínuo e necessário para a renovação dos fios. Por isso, quedas eventuais fazem parte da normalidade. O problema surge quando a quantidade de fios perdidos supera a capacidade de reposição do organismo”, explica Dr. Stanley.
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontam que cerca de 42 milhões de brasileiros sofrem com algum grau de alopecia, nome técnico para a perda de cabelo. As causas podem variar desde fatores genéticos até questões hormonais, deficiências nutricionais, estresse ou doenças autoimunes.
Quando a queda de cabelo merece atenção?
Segundo o especialista, existem sinais que ajudam a diferenciar a queda natural daquela que exige acompanhamento médico:
- Aumento repentino na quantidade de fios perdidos: perceber tufos de cabelo no banho ou ao acordar.
- Redução no volume do cabelo: quando o rabo de cavalo ou o penteado fica visivelmente mais ralo.
- Áreas visíveis de falhas ou clareiras no couro cabeludo: sinal de que a densidade capilar está comprometida.
- Coceira, descamação ou vermelhidão: sintomas que podem indicar doenças inflamatórias ou infecciosas.
“O cabelo é um verdadeiro termômetro da saúde. Alterações importantes no organismo, como problemas na tireoide, anemia ou até deficiências nutricionais, costumam se refletir nos fios. Por isso, ignorar esses sinais pode atrasar um diagnóstico importante”, alerta Dr. Stanley Bessa.
Principais causas da queda capilar
Entre as causas mais comuns da queda de cabelo estão a alopecia androgenética (conhecida popularmente como calvície), que afeta homens e mulheres e tem forte componente genético, e o eflúvio telógeno, caracterizado por uma queda acentuada de fios após situações de estresse físico ou emocional, cirurgias, infecções ou mudanças hormonais.
“No caso da alopecia androgenética, o afinamento progressivo dos fios é o principal sinal. Já no eflúvio telógeno, o paciente percebe uma queda difusa e repentina, geralmente alguns meses após o fator desencadeante. Ambas exigem avaliação médica para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, explica o dermatologista.
Outros fatores que podem estar relacionados incluem:
- Alterações hormonais, como gravidez, pós-parto e menopausa.
- Deficiências nutricionais, especialmente de ferro, zinco e vitaminas do complexo B.
- Uso de medicamentos, como quimioterápicos, antidepressivos e anticoagulantes.
- Hábitos inadequados de cuidado, como uso excessivo de química, calor ou penteados muito apertados.
Quando procurar um especialista?
De acordo com o Dr. Stanley Bessa, o ideal é buscar atendimento dermatológico sempre que a queda de cabelo ultrapassar a normalidade ou vier acompanhada de outros sintomas. “Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maiores as chances de controlar a queda e estimular o crescimento de novos fios. Em alguns casos, atrasar a procura por um especialista pode tornar o tratamento mais difícil ou menos eficaz”, reforça.
A avaliação médica geralmente inclui exame clínico detalhado e, em alguns casos, exames laboratoriais ou testes específicos no couro cabeludo. Esses procedimentos ajudam a identificar deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais ou doenças autoimunes que possam estar por trás do problema.
Opções de tratamento
Os tratamentos variam de acordo com a causa diagnosticada. Entre as opções disponíveis estão:
- Medicamentos de uso tópico ou oral, que estimulam o crescimento dos fios ou bloqueiam a ação de hormônios relacionados à queda.
- Suplementação nutricional, quando há deficiências identificadas em exames.
- Terapias capilares, como laser de baixa potência ou microinfusão de medicamentos.
- Transplante capilar, indicado em casos específicos de alopecia androgenética avançada.
“Não existe uma fórmula única. Cada caso deve ser tratado de maneira individualizada, respeitando a causa e o histórico do paciente. Muitas vezes, mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, redução do estresse e sono adequado, já trazem resultados positivos”, explica.
O impacto psicológico da queda de cabelo
Além das questões físicas, a queda de cabelo pode afetar diretamente a autoestima e a qualidade de vida das pessoas. Pesquisas internacionais indicam que mais de 60% dos indivíduos com alopecia relatam algum grau de impacto emocional, que pode variar de insegurança até quadros de ansiedade e depressão.
Isso porque, de acordo com Dr. Stanley, o cabelo tem um peso cultural e simbólico muito grande. Ele está ligado à identidade, à beleza e à confiança pessoal. Por isso, quando o paciente percebe uma perda significativa, é natural que sofra emocionalmente.
Prevenção e cuidados no dia a dia
Embora nem sempre seja possível evitar a queda capilar, especialmente quando a causa é genética, alguns cuidados simples podem ajudar a manter a saúde dos fios:
- Manter uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e minerais.
- Evitar o uso excessivo de química, secador e chapinha.
- Dar preferência a penteados menos apertados, que não tensionam os fios.
- Controlar o estresse com práticas de relaxamento e exercícios físicos.
- Realizar check-ups médicos regularmente.
“O mais importante é não subestimar os sinais. A queda de cabelo persistente nunca deve ser ignorada. Procurar orientação médica no início faz toda a diferença no resultado do tratamento”, finaliza o especialista.
Sobre Stanley Bessa
O Dr. Stanley Bessa (CRM 35165 / RQE 33407) é dermatologista com mais de 25 anos de experiência, reconhecido por sua atuação em cirurgia dermatológica e transplante capilar.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e portador do Título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira, acumula diversas pós-graduações em áreas como Alergia e Imunologia, Medicina Estética e Dermatologia Cirúrgica.
Stanley também é o criador e proprietário da marca registrada ELFA — uma técnica exclusiva de extração lipídica fracionada ambulatorial. Ela se destaca por ser menos invasiva, reduzir os riscos do procedimento e apresentar alta eficácia.
Atualmente, é sócio da Neofolic, empresa especializada em transplante capilar e parceiro do Instituto Brasileiro de Medicina Capilar (IBRAMEC), onde também ministra cursos para médicos. Com passagem marcante pelo Noroeste de Minas Gerais, hoje amplia seus atendimentos para Brasília, consolidando-se como referência na dermatologia estética e cirúrgica no país.
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